Nemo v2: As rosas de Berlim (Devir, 2018)

Exceto uma história curta do Lanterna Verde minha verdadeira primeira experiência com Kevin O’Neil foi a série Marshall Law – mas a graphic novel Era Metalzoica foi publicada antes por aqui. Sua arte fugiu do padrão amaericano de narrativa, algo atestado pelo órgão censor americano. Foi com felicidade que anos depois eu o vi na produção de A Liga Extraordinária com o roteirista Alan Moore e fico ainda mais feliz de lembrar constantemente que foi O’Neil que impediu que Moore vendesse a propriedade da Liga Extraordinária para a DC Comics quando esta adquiriu a ABC Comics via Wildstorm de Jim Lee.

Liga Extraordinária teve sobrevida no pós venda e gerou ao menos um derivado até o momento: Nemo que se concentra na filha do Capitão Nemo. Mais influente que o texto de Moore, neste segundo volume a arte de O’Neil emula um expressionista que evoca "Metropolis" e obras que abordam o totalitarismo mostrando uma versão de Berlim que casa com as construções de Londres da série original, mas tem uma vida própria.

Na trama que se passa em 1941 na continuidade de A Liga Extraordinária Janni Nemo e seu marido Jack descobrem que a filha Hiram e o marido possivelmente foram capturados pelo ditador Adenoide Hynkel, o governante germano-tomariano. Partem sem hesitação para Berlim, onde Janni encontrará os remanescentes dos “Heróis do Crepúsculo” uma versão alemã da Liga Extraordinária.

Uma boa história com a carga certa de citações para que não a amarre o suficiente à obrigação de leitura das obras antecessoras, as 54 páginas de “As rosas de Berlim” visitam o tema do empoderamento feminino, as histórias de capa & espada, a guerra contra o totalitarismo e o sacrifício em nome da família, assim como o reposicionamento estratégico de forma divertida e de fácil leitura. Aconselho.