(Ou
Como as histórias não são realmente como nos lembramos)
Não tenho nenhum
entusiasmo pelos encontros entre Os Vingadores e Esquadrão
Supremo. Nenhum! Ao contrário acho histórias imbecis, mas
talvez seja um ranço contra Roy Thomas. Explico: na infância
eu odiava os Vingadores de Thomas e por extensão o próprio, mas
gostava muito da arte de Conan (Buscema & Zuñiga)
ou qualquer coisa feita por Neal Adams como a Guerra
Kree-Skrull ou X-Men.
Já adulto um amigo disse que o sujeito era bom e eu fui reler as histórias: não eram tão ruins quanto a lembrança. Inclusive conheci e comprei os setenta números de All-Star Squadron que eram do próprio.
Por fim, descobri que
metade daquilo que eu não gostava em Thomas na verdade não era
dele... era do Englehart, um sujeito também superestimado
pela indústria, que só acertou uma vez: em Batman!
Vencido o preconceito
contra o escritor, veio o problema da maturidade: as histórias dos
anos 1960 só funcionam lá, especialmente as de super-grupos com
suas soluções imbecilizantes. Se Thor do próprio Thomas
fazendo citações à mitologia wagneriana ou a versões mais
cruas do próprio deus funcionava, isto não quer dizer que
Vingadores funcionava, por que nas histórias de grupos não havia
material suficiente para servir de referência.
Para histórias de
grupo os autores só tinham referência mesmo em O senhor dos
anéis, que por sinal começa com o grupo unido, mas o divide
para que a narrativa ganhe força. Cada membro da Sociedade do Anel
vai para um caminho...
Sem uma fonte de
inspiração adequada as histórias de grupos de heróis, no máximo,
tentavam transpor o visual de “estranhos unidos por um forte
sentimento masculino” como no trio central de Jornada nas
Estrelas. Se Spock (o estranho) funcionava, Visão
funcionaria. E além do mais quer uma união mais pudica que
Feiticeira Escarlate e Visão?
Conversando com os
colegas este fim de semana cheguei realmente a conclusão que comecei
a gostar dos Vingadores depois de Jim Shooter, creio que a
partir da saga de Korvac – ainda imbecilizante – e o curto
período de John Byrne como desenhista da equipe. Depois houve
um longo hiato, mas a fase de Stern é maravilhosa.
Ou melhor era...
percebi que apenas um conjunto de trinta números é realmente legal,
começando mais ou menos com a devastação da Terra Selvagem por
Terminus e até o fim da passagem do escritor.
Mas divaguei... e não tenho editor. Ou melhor tenho: eu mesmo! E todos sabem o que aconteceu com Jack Kirby e Novos Deuses, onde ele era o próprio editor! (e por favor não digam que estou me comparando à Kirby, só dizendo que se ele tivesse editor as coisas seriam diferentes)
Voltando ao Esquadrão
Supremo que é uma “versão” da Liga da Justiça e
invariavelmente os encontros entre as equipes são tratados como
encontros entre a equipe da Marvel e a equipe da DC. Os
diálogos, as lutas, as duplas, tudo remete às equipes de editoras
concorrentes.
Meu nível de interesse
acaba na origem da equipe que é sui generis: primeiro foi
apresentado ao público a versão “maligna” do Esquadrão
Supremo, o Esquadrão Sinistro, que enfrentou os
Vingadores em The Avengers #70-71 numa trama com Kang e
Grande Mestre com texto de Roy Thomas e arte de Sal
Buscema. A história já foi publicada no Brasil pela Panini.
A equipe retornaria
para as edições #85-86 com a arte de John Buscema,
mas nenhuma das tramas me chama a atenção, pois vão pouco além do
plot básico de encontro de equipes, mas aqui já entendendo
as possibilidades da equipe, Thomas os apresenta de uma forma
positiva já com o nome de Esquadrão Supremo.
Porém não sai muito
da trama de duas equipes trabalhando juntas para salvar um mundo –
uma Terra alternativa. Ou seja basicamente uma visão Marvel para os
encontros Liga/Sociedade da Justiça.
Depois houve A sagada Coroa da Serpente (#141-149), ao meu ver muito superestimada
pelo fandom.
Pulando as eras vou
para o encontro já na Era Busiek &
Pérez, onde, após o equivalente à Crise nas Infinitas
Terras para a cronologia do Esquadrão Supremo, a graphic
novel Death of a universe, os heróis perdidos na Terra 616
são manipulados pelo vilão Corruptor que estava no controle
do Projeto Pégasus. Naquele primeiro momento disseram com os
Vingadores eram falsos, talvez alienígenas, depois perceberam que
era apenas controle mental com um vilão jogando uma equipe contra a
outra. Nas séries do Captain America e Vingadores havia uma
história xenofóbica naquele momento, com o Capitão enfrentando um
skrull e a Suprema Inteligência preparando o terreno para a Guerra
do Destino.
As equipes resolveram
este primeiro problema, mas, em seguida, O Campeão faz com
que as duas equipes se unam para enfrentá-lo, numa trama que
referencia novamente os famosos encontros de equipes dos anos 1970.
Ou seja: no encontro de equipes ou é uma contra a outra ou as duas
juntas a contragosto contra um inimigo comum.
Busiek, nerd que
só, foi bem atrás para encontrar o Campeão, vilão de uma aventura
de The Avengers #109 (março de 1973), onde era apresentado
como um milionário que será campeão em todos os esportes menos
arco e flecha e contratar o Gavião Arqueiro para ensiná-lo,
quando o herói deixa de usar o uniforme criado após A guerra
Kree-Skrull. Na época o Campeão queria destruir a falha de San
Andreas, mesma falha explorada em Superman, o filme.
Os enfrentamentos
modernos foram publicados em The Avengers #05-06 e The
Avengers/Squadron Supreme Annual '98 e saltados pela Editora
Abril. A Panini os publicou como parte da Wizard em
2.005.
Aparições do
Esquadrão Sinistro:
The Avengers #69-70
The Defenders #13-14
The Defenders Giant
Size #04
The Avengers Annual #08
The Avengers #85-86
The Avengers #141-144;
147-149
The Mighty Thor #280
(Crisis on Twin Earths)
The Defenders #112-115
Squadron Supreme #01-12
Captain America #314
(cronologicamente localizada em as edições #06-07 da série)
Squadron Supreme -
Death of A Universe
Marvel Comics Presents
#29
Quasar #13-17
The Avengers v3 #5-06
The Avengers &
Squadron Supreme - Annual - 1998
Squadron Supreme - New
World Order