ou Como é doce a
ilusão da estabilidade
A cada mês que a série
da On Line Editora chega às bancas eu comemoro o recorde
batido. Nenhuma publicação de Star Wars durou tanto no
Brasil quanto a atual série.
A cada mês que a série
da On Line Editora chega às bancas eu me entristeço pois imagino o
quê a editora poderia estar traduzindo e não faz – talvez por
força de contratos.
A exposição em função
de uma marca forte como Star Wars é grande. Em 2.011, um ano não
muito ativo a série teve o lançamento da quarta temporada da série
de animação Star Wars: The Clone Wars, dirigida ao público
infanto-juvenil e exibida no Cartoon Network, além da TV
aberta, teve o lançamento da hexalogia cinematográfica na mídia
blue-ray e a partir de 2.012 haverá o relançamento nos
cinemas em formato 3D. Nos Estados Unidos, sempre lá, houve o
relançamento de Herdeiros do Império de Timothy Zhan,
em comemoração aos 20 anos de publicação da séries de livros. E
para terminar, por enquanto a série live-action que se
passará nos vinte anos entre Episódio 3 e 4 está
estagnada, pois ainda não há tecnologia para viabilizar o projeto
em termos financeiros.
Some a isto uma série
de lançamentos em games, que não acompanho, e você terá uma marca
que está impregnada no inconsciente coletivo desde 1.977.
Mas o produto que chega
todo o mês às bancas no Brasil tem pouca relação com isto.
A série nacional três
quatro aventuras das séries mais recentes publicadas pela Dark
Horse/Lucas Books. Infelizmente mesmo sendo as mais
recentes, isto não quer dizer que automaticamente são as melhores.
Vamos lá. Knights
of the Old Republic se passa cerca de 3.963 anos antes da Batalha
de Yavin e mostra as desventuras de um ex-estudande jedi chamado
Zayne Carrick. Depois de mais de três anos de fuga o garoto
que vinha sendo perseguido por um crime que não cometeu, consegue a
inocência e a série passa a um novo status. O roteiro é de John
Jackson Miller que tem a liberdade de criar todo um universo
milhares de anos antes da história principal.
Já Legacy (já
encerrada nos EUA) traz a dupla John Ostrander e Jan
Duursema, unida inicialmente na DC Comics em Arion, o
Mago da Atlântida, no início dos anos 1980 para dar
continuidade à história dos Skywalker cerca de 137 anos após
a Batalha de Yavin. A série mostra as aventuras de Cade Skywalker
e a tripulação de piratas espaciais da nave Mynock contra
uma série de inimigos que afetam a paz num estado militar. A arte de
Duursema, esposa do artista Tom Mandrake, melhorou muito e as
dupla de autores também tem o conforto de se desligar da trama
clássica, porém assim como Jackson Miller, corre o risco de
produzir algo que ninguém se importe.
A edição nacional é
completada pela publicação de minisséries mais recentes. Nesta
edição temos o último número de Purge de Haden Blackman
& Chris Scalf. Blackman é velho conhecido dos leitores
brasileiros de Star Wars pois produziu muito material que foi lançado
pela Ediouro em sua curta série Star Wars. A história é, de
longe, a melhor da edição e mostra um descontrolado Darth Vader
em busca de alguns jedis que sobreviveram à Ordem 66.
Diminuindo a quantidade
de material recente a On Line Editora deveria negociar materiais como
Império do Mal II, a quadrinização da Trilogia de Thrawn
ou mesmo as séries mensais um pouco mais antigas como Star Wars:
Republic, Star Wars: Empire ou
versões distintas das adaptações de The Clone Wars.
Com o interesse que virá do relançamento dos filmes em 3D, poderá
haver uma sobrevida para a série no Brasil até o conclusão deste
projeto.
Mas... e depois?
Mas... e depois?