Torpedo 1972 é um álbum com um que de excêntrico. O volume 1 do material clássico (Torpedo 1936) havia tido uma campanha vitoriosa no Catarse, uma plataforma de financiamento, e em apenas 23h 45min havia alcançado sua meta – mas a pandemia atrasou o envio para o início de novembro. Então o álbum que era um posfácio para a obra também surgiu como campanha na mesma plataforma, mas sem o mesmo sucesso. Transformou-se, no entanto, em um lançamento repentino para todos, porque havíamos crido que o projeto seria repensado e aguardaria uma nova campanha, algo muito comum no mundo dos financiamentos coletivos. Mas os editores nacionais decidiram publicar o material que ficou disponível para compra no fim de setembro de 2020 e foi enviado durante a primeira quinzena de outubro. Ironicamente, apesar de diversos anúncios de andamento da outra campanha, a vitoriosa, os volumes ainda não haviam sido enviados por completo – algo relacionado a atrasos provocados pela Pandemia de Covid-19.
[Trama]
Ilustrado com talento por Eduardo Risso (100 balas) e com o texto afiado do mesmo Enrique Sánchez Abulí, Torpedo 1972 tem um quê de história triste, de fim opaco da vida. Luca Torelli, o Torpedo do título, e seu auxiliar vivem em uma Nova Iorque que está vendo a estreia de “O Poderoso Chefão”, o quê traz a Máfia e o crime organizado à pauta do dia. Torpedo é uma sombra triste de outrora. Se alimenta de pombos que mata no parque, viver em um cortiço e tem Mal de Parkinson. Uma chance de ganhar alguns dólares surge quando um repórter o entrevista e “cria” uma declaração explosiva sobre mortes nos anos dourados.
O álbum é isto. Limpo. Seco. Honesto. Não se propõe a uma nova trilogia, uma releitura, uma redescoberta, mas sim a exibir o ocaso de um personagem que viveu glórias e luxos e agora está esperando a morte chegar – ecoando o drama de Corrado “Junior” Soprano.
Um
excelente lançamento que ficará apagado em 2020, ano em que tivemos
excelentes produtos sendo ofertados. Mas nós registramos!