Um #Shazam!, três visões!

Neste fim de semana furei a fila de leituras e resolvi ler um material do Capitão Marvel da DC Comics, atualmente conhecido como Shazam. Li três histórias de três continuidades distintas. Seguem minhas impressões.


O Poder de Shazam! → 22 anos depois da publicação nacional (dez/1996) a graphic novel de Jerry Ordway continua excelente. Narra em flashback como expedição arqueológico dos pais de Billy Batson traçam o destino deles, do menino e de Teth Adam, assim como do empresário Silvana, que financiou a expedição mas queria lucros maiores. No presente o menino descobre o Mago e ao pronunciar o nome do mago (Shazam!) se torna um campeão da justiça e de imediato enfrenta a ameaça do Adão Negro, um campeão do Mago que se tornou maligno e que reencarna em um descendente.

Desenhada e pintada por Ordway a edição é permeada por um tom de nostalgia mas com uma construção narrativa que prende a atenção. Gerou uma série regular também muito boa que foi parcialmente publicada no Brasil.

Convergência: Shazam, Homem-Borracha & Os Combatentes da Liberdade → Em fevereiro de 2016 a Panini publicou a saga “Convergência”, em geral tola. Mas trouxe várias edições especiais interessantes. Aqui Jeff Parker e Evan Shaner conseguem minimamente construir uma aventura dentro da continuidade da série dos anos 1970, apesar da constante bobagem que é “Convergência”: terras alternativas se enfrentando. O Shazam dos anos 1970 enfrenta o Batman da Era Vitoriana (Gotham by Gaslight) e realmente os autores conseguem colocar Silvana e Átomo como vilões pitorescos e críveis, além de usar bem os vilões do herói.

É divertido como curiosidade! Não é uma história do Capitão Marvel/Shazam mas uma aventura do Universo DC em mais uma saga que conta mais uma ameaça ao seu Multiverso. Apesar disso, Parker e Shaner usam bem os elementos, a Família Marvel tem protagonismo e o traço é adequado. Para fãs... mas é divertido!

Shazam e a Sociedade dos Monstros → Escrito e desenhado por Jeff Smith (Bone), publicado em 2015 pela Panini e reimpresso agora em 2019 é dirigido ao público infantil, ou talvez infanto-juvenil. A série é autocontida e cria mais uma continuidade para o campeão do Mago. Mesmas ideias básicas gerais: Billy Batson é um orfão que vive nas ruas e se torna o escolhido do Mago para usar os poderes místicos para defender a justiça. Aqui é centrado no enfrentamento com gigantescos robôs alienígenas, um Silvana com influência política e uma irmã (Mary Marvel) que não se torna uma adolescente, mas uma menina com poderes equivalentes – e temperamento de menina, claro.

Esperava mais do Smith, especialmente por causa de Bone e do que ele representa. A história não é fluida e há elementos que parecem ideias abandonadas. A ideia de que o Capitão Marvel é uma consciência separada e não um Billy crescido não me pareceu adequada. Sei que o projeto teve problemas na DC – quem não tem? - mas de longe é a versão mais fraca do personagem, perdendo até para a bobagem que é Convergência, mas que consegue contar uma aventura estruturada. Os traços do Smith são bons, mas sozinhos não sustentam a aventura.

São três opções para ler histórias de origens de Shazam e conhecer um pouco o personagem.